Chega de Mordidas na creche!

Protocolo comportamental para episódios de mordidas na creche[1]

·        A criança mordedora deve ser imediatamente abordada.
·        Abaixar na altura da criança, tocá-la e explicar que o que ela fez é errado e que você não está contente com o comportamento dela de morder o colega. Tom de voz audível e fala de modo firme.
·        Explicar à criança que a outra criança machucou e está sentindo dor, estimulando que se coloque no lugar do outro.
·        A criança mordedora deve ser retirada da situação (time out) e colocada em algum ambiente em que ela possa ver toda a movimentação mas não tenha acesso a reforçadores, como brinquedos, colegas ou novidades, em local de fácil supervisão. Pode-se dizer à criança que ela vai ficar ali até que se acalme. A criança deverá permanecer em time out por até dois minutos, se tiver até dois anos de idade ou 1 minuto para cada ano de idade da criança, se tiver 3 a 7 anos. Se a criança sair do time out antes do tempo, o educador deverá reconduzi-la ao local. Se possível, não retirar a criança do local se estiver chorando.
·        A criança mordida deverá receber atendimento para o ferimento, segundo o protocolo da creche.
·        A criança mordida deve ser estimulada a comunicar ao agressor que não gostou do comportamento dele.
·        Os pais de ambas as crianças deverão ser comunicados sobre o episódio e a conduta da creche.

A seguir foi elaborado um check list com o objetivo de identificar e prevenir situações que podem favorecer episódios de mordida.





Check-list Chega de Mordida! na creche
Nesse instrumento são apresentadas condições ou situações sob a forma de afirmativas. Analise a rotina da creche e pontue as afirmações de acordo com a ocorrência: Não/ nunca, Às vezes ou Sim/ sempre.

Não/ Nunca
Ás vezes
Sim/ Sempre
Espaço físico
O espaço é suficiente e bem aproveitado, evitando aglomerações?



Há variação na utilização dos espaços ao longo do dia (atividades internas e externas)?



Há cantinhos na sala, definidos e equipados para situações/ atividades específicas?



O ambiente é calmo e agradável?



Estruturação das atividades
As rotinas são bem definidas e organizadas, facilitando a realização ou transição entre atividades?



Há equilíbrio entre atividades dirigidas e atividades livres?



Há variação de atividades a fim de atrair a atenção e engajamento das crianças?



Brinquedos/ materiais e equipamentos
Os materiais/ brinquedos e equipamentos existem em quantidade suficiente para evitar conflito entre crianças? Estão em bom estado de conservação?



Os materiais/ brinquedos estão ao alcance das crianças, promovendo independência?



Os materiais/ brinquedos são trocados periodicamente, para favorecer o interesse da criança?



Provisão para sono
São proporcionadas condições para a criança com sono poder dormir, mesmo enquanto outras realizam atividades?



Controle de ruído
O ruído no ambiente é confortável?



É possível controlar ruídos externos?



A equipe conversa com as crianças em quantidade e volume adequados, evitando excesso de ruído no ambiente?



Manejo de riscos
A proporção entre equipe e crianças, favorece a supervisão efetiva?



São identificadas precocemente e evitadas situações que podem gerar estresse (crianças muito cansadas, crianças com sono, muito ruído na sala ou proximidades)?



Se há alguma criança especialmente mordedora, ela recebe mais supervisão para prevenir novos episódios de mordida?



Se há alguma criança que é freqüentemente mordida, ela recebe mais supervisão para prevenir novos episódios de mordida?







Protocolo comportamental para mordidas
Toda a equipe conhece o protocolo para atendimento nos casos de mordidas entre crianças?



Há registro das situações nas quais ocorrem os episódios de mordida (situação que ocorria antes da mordida e o que ocorreu depois da mordida), para futura análise de fatores que possivelmente funcionam como gatilhos?



São feitas tentativas para entender a função da mordida da criança em cada episódio? (Ex. perguntando “ele te deixou bravo, não te deu atenção?”).



São treinados comportamentos da criança adequados e substitutivos à mordida?



A criança mordida é treinada a dizer ou sinalizar ao agressor que não gostou de ser mordida?



Pais
Os pais de mordedores e mordidos são comunicados sobre os episódios?



Os pais do mordedores e mordidos conhecem o protocolo da creche para lidar com mordidas?



Os pais dos mordedores são encorajados a treinar as habilidades substitutivas à mordida (como pedir brinquedos, reclamar verbalmente, chamar a atenção)?



Os pais dos mordedores recebem orientações para agir em casa com a criança?



Equipe de trabalho
Há ocasiões para reuniões de equipe para discutir sobre comportamento infantil, entre eles, a prevenção de mordidas?



Há oportunidade para educação continuada da equipe?





Observe a pontuação dos itens. Itens com pontuação Não/ nunca e Às vezes podem favorecer a ocorrência de mordidas, merecendo atenção e adequação. Os itens pontuados como Sim/ sempre representam situações e condições que tentam minimizar stress no ambiente, disputa e agressividade entre crianças, promover maior controle do comportamento, identificar riscos e preveni-los, ensinar habilidades às crianças e a seus pais e capacitar equipe de trabalho para lidar com episódios de mordidas.




[1] Material elaborado por Lisandrea Menegasso. Para uso interno.